O Dia do quadrinho Nacional é comemorado no dia 30 de janeiro por isso escolhi esse dia para fazer essa postagem.
A primeira aquarela que fiz da cidade de Tiradentes foi a Rua Direita.
“Não nasci aqui mas sempre sonhei em conhecer Tiradentes, e quando conhecemos nossa escolha foi feita e viemos para cá”
Quando mudamos para Tiradentes aos poucos fui conhecendo a cidade e percebendo algumas características da região. Ao mesmo tempo que nos apaixonamos pela cidade (Eu e meu marido, Maurilio Souza) percebíamos alguns problemas que tinham aqui e ali. Comecei a sentir na pele as dificuldades de andar nas ruas com calçamentos irregulares, as pequenas fogueiras nos quintais perto de casa e o mais preocupante pra mim era a consequência que eu sentia. Primeiro foi a dificuldade de caminhar com esporão nos pés e em terreno irregular pois é mais difícil ainda e doi muito. Depois foi a minha rinite alérgica que me ataca sempre que sinto cheiros fortes e fumaça então, puxa vida é complicado. Foi a partir dai que comecei a procurar saber se na cidade tinha plano diretor que regula as diretrizes de construções, meio ambiente e várias ações necessárias pra cidade. Enfim só consegui ter arquivo em minhas mãos em 2018, dois anos e pouco de minha chegada na cidade.
Nesse interim a única coisa que podia fazer é pensar em como orientar as pessoas para pensar na cidade com mais atenção, visando melhorar a acessibilidade e as questões relacionadas ao meio ambiente. Foi ai que surgiu a ideia da Tiradentina e meus primeiros esboços ficaram registrados, em meados de setembro de 2016, num caderno de esboços esperando amadurecer.
Na minha imaginação essa personagem seria uma pré-adolescente com uma personalidade marcante, esperta, observadora mas também muito questionadora. Foi surgindo então a Maria Tiradentina.
Uma revoada de maritacas me fez voltar ao tempo e dai veio a inspiração para começar essa personagem. Dai surgiu a primeira história inspirada na minha filha, Iara, e numa situação que ocorreu quando nos mudamos de Três Rios para Juiz de Fora há anos atrás.
No início de dezembro de 2016 após uma caminhada pelo centro fui subindo a rua que nos leva a Igreja Matriz de Tiradentes e ai fui observando como as calçadas irregulares eram difíceis ao mesmo tempo fui observando outros locais que nem tinha calçada ou calçadas ocupadas com árvores e plantas com espinhos o que obriga os pobres pedestres a caminhar na rua.
Pensar em acessibilidade é urgente!
Temos que lembrar que recebemos muitos turistas anualmente e precisamos nos preocupar em como os idosos e deficientes se locomovem e como podemos melhorar esse deslocamento. Isso é parte de uma mudança de atitude que todo cidadão pode realizar.
Olhem o que eu encontrei no Plano Diretor de Tiradentes – CAPITULO VII – DA MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE – Art.71 – VII. promover o tratamento de calçadas, com regularização de piso, de largura, remoção de obstáculos e barreiras, calçamentos adequados, com medidas de acessibilidade.
Em 2017 um pouco antes de nos mudarmos para a nova casa com o inverno chegando passamos por dias complicados pois havia muitas queimadas nos arredores e pequenas fogueiras nos quintais próximos e isso começou a me fazer muito mal e detonou uma crise respiratória que só melhorava ao fazer nebulização e as vezes sair de casa até melhorar a situação. Como ouvíamos o apito da Maria Fumaça que parecia estar bem pertinho me inspirei e ai surgiu mais uma história: Não é a Maria Fumaça!
Pensar no MEIO AMBIENTE e cuidar é essencial para a qualidade de vida no planeta. Estamos tendo prova disso esses dias com mais uma atitude criminosa e o desastre ambiental promovido pela Vale na cidade de Brumadinho.
Devemos pensar na cidade como um organismo vivo que sofre as consequências da falta de planejamento, de cuidados, de normas e diretrizes que ajudam a prevenir excessos e danos a natureza, a paisagem local e ao nosso patrimônio arquitetônico e cultural.
Por isso entendo que precisamos conhecer melhor o Plano Diretor de Tiradentes para podermos ter um olhar mais atento para a cidade em que vivemos. Os que nasceram aqui e os que escolheram vir pra cá podem estar juntos nessa tentativa de tornar essa cidade ainda melhor para se viver e visitar, não é mesmo?