2010 – No fim de semana enviei um email para minha lista que continha um vídeo com trechos sobre a candidata Dilma se mostrando meio enrolada nas suas falas. Duas pessoas da minha lista me responderam dizendo-se decepcionadas por eu estar divulgando este email.
Fiquei pensando no fato. Por que eu não quero votar na Dilma?
Acho, que o meu lado professora e mãe, fala mais alto.
Estou há anos falando em meus emails pela necessidade de lutarmos pela educação e repassando para minha lista coisas mais positivas. Inúmeras vezes deixei de enviar emails que percebia serem tendenciosos ou sem fundamento. Mas as evidências de corrupção e cobiça de várias pessoas que estão fazendo parte do nosso governo em todas as esferas, nos faz pensar…
Em quem eu posso votar?
Preocupa-me o fato de nos professores estarmos cada vez mais inseguros em sala de aula, local aonde antes éramos ao menos respeitados pelos alunos e pais. Cada vez mais professores se afastam das salas de aula por doenças ou stress excessivo relacionados à indisciplina e ameaças sofridas. Antes isto só acontecia nas escolas de periferia, agora NÃO!
Vejo minha filha que estuda numa escola Estadual reclamar cada vez mais da falta de bebedouros funcionando, papel higiênico na escola e de s coisas mais graves como professores que não aparecem para dar aula por estarem doentes ou por não terem o comprometimento com a escola devido ao baixo salário e a necessidade de pegar aulas em várias outras instituições para complementar seu salário.
Ouço o comentário de algumas alunas adultas que citam várias pessoas que falam em ter mais filhos para receber um aumento na bolsa família. Mas vejo também alguns candidatos fazendo campanha e dizendo que vão aumentar o valor da bolsa família. O resultado vai ser mais mães enchendo as maternidades correndo risco de morrer no parto em maternidades sem médico ou seus filhos correndo risco de fazer parte da triste lista de crianças que morrem antes de um ano. Não basta ter uma bolsa família para criar um filho com saúde e dignidade.
Os resultados vão ver na frente, quando nossos adolescentes sem animo para nada e sem objetivos, achando que tudo cai do céu vai achar mais fácil arrumar um trampo junto a pessoas ligado ao tráfico do que levar a dura vida que suas mães levaram (porque muitos não conhecem seus pais). Nos últimos dois anos percebemos o aumento de problemas nas escolas associados à droga e a criminalidade em geral. Alunos encaminhados pelo PET e também tutelados da justiça. Jovens que cometem crimes e que sabem que não serão presos se vêem no direito de pressionar colegas e ameaçar qualquer um que não atenda suas vontades ou que lhe apresente algum limite.
Lidamos com falsas imagens de prosperidade e vemos que as pessoas estão sendo demitidas, a cesta básica aumentando, as possibilidades de obter um bom emprego sem capacitação é impossível.
Por outro lado, foi-nos prometida uma melhora na educação e na criação dos cursos técnicos eu não vi isto se concretizar ainda, e as vagas que surgiram em função da lei de cota são poucos e acredito que corresponde ao preenchimento de uma estatística que ficava antes por conta da evasão que existia nas Universidades.
Tenho relato de várias pessoas que falaram que conseguiram ingressar numa universidade particular através do PROUNI, mas depois do segundo ano é uma luta para o aluno continuar recebendo a gratuidade, pois as instituições dificultam ao máximo a permanência do aluno por conta de exigência descabida de notas altíssimas. Ora, se a tentativa de incluir alunos neste projeto com subsidio do governo é justamente para facilitar um aumento do número de estudantes na universidade não podemos deixar de considerar que quem entrou na universidade por estes meios não veio de uma escola particular na maioria das vezes e sim de uma escola pública, portanto é um absurdo exigir quase 100% de eficiência em cima de um aluno que se sabe que tem dificuldades de aprendizagem, conteúdos e formação desde o ensino fundamental.
Ai a gente fica pensando: o que está acontecendo?
O que podemos fazer para melhorar esta situação?
Sem sombra de dúvidas o primeiro passo e aprender a votar melhor e colocar nos cargos públicos alguém que lute por mais Educação, Saúde e Segurança. Mas existe uma coisa muito importante que lembro que meus pais falavam desde a infância, que não podemos esperar as coisas cair do céu. Se ficarmos de braços cruzados nada acontece, mas também como fazermos alguma coisa sem informação do que está acontecendo.
O que vemos hoje é uma tremenda vitória da desinformação. Não aprendemos a julgar sem saber os detalhes do que estamos julgando. A Informação não chega para o povo da forma como deveria, acho que por isso a responsabilidade dos meios de comunicação é tão grande, pois é muito fácil influenciar a opinião das pessoas com um rosto sorridente e bem maquiado, com roupas caras e promessas baratas.
Um último ponto que acho muito importante na minha escolha pela Marina está na minha intuição feminina. NÃO CONFIO na Dilma, não sinto sinceridade em suas palavras, acho tudo muito ensaiadinho e controlado demais.
Sinto mais confiança numa mulher simples que por acaso também é SILVA como tantos outros brasileiros. Que já demonstrou com sua historia que está disposta a lutar. Ela que já lutou tanto para sobreviver às adversidades, lutou para vencer doenças que atinge muitos brasileiros iguais a ela e venceu. Acabou ingressando na política e procurado torna-se uma voz a favor do povo brasileiro.
Para encerrar trechos de um discurso de Marina Silva (PV):
[…] Este país ainda tem desigualdade de oportunidades e ainda tem 18% dos seus jovens analfabetos. Este país ainda está com estagnação da qualidade do ensino. Quarenta por cento das crianças que entram no ensino fundamental não conseguem chegar até a oitava série. Precisamos superar este desafio. Justiça seja feita. Hoje, temos a acessibilidade de 100% das nossas crianças irem para a escola, mas a escola precisa ser criativa, produtiva, precisa valorizar os professores, precisa dar formação continuada, precisa valorizá-los econômica e simbolicamente para que sintamos orgulho de dar aulas. Este desafio ainda não foi superado no Brasil. Ainda temos um país que dilapida o seu imenso patrimônio natural. São milhões e milhões de hectares de florestas destruídas, são cem milhões de hectares de terras de áreas degradadas. Isto precisa ser corrigido, além de outras mazelas que precisamos cuidar. Neste momento que, ao invés de olhar para a floresta, para a biodiversidade, para os recursos hídricos, para as áreas que já foram degradadas, assumimos o compromisso de, com os empresários, com os trabalhadores, com o cidadão, com os cientistas, com os servidores públicos deste país, com os jovens e com todos ao que se dispõem em recuperarmos esse prejuízo […] Não podemos ser ansiosos, não temos como entrar no coração do povo, deixemos que ele encante, se aquebrante, faça de novo tudo novo e dê a resposta no final das eleições. Enquanto o povo debate, dialoga, converge, diverge, se afasta, se junta e coliga, permitam só que, no afã de ajudarem suas decisões, lhes diga: Que marcas trago no peito? Que marcas trago nas mãos? Que marcas trago da condição feminina? Que marcas trago do chão? Que marcas trago das matas? Que marcas trago das atas, dos registros, dos porões? Que marcas trago em meus olhos e em meus sonhos, vontade, medo e paixões? Que marcas trago das cidades de encontro e separação? Que marcas trago da fé de quem crê para ver o quão este Brasil será gigante também pelas nossas mãos?[…] Que cada homem, que cada mulher, que têm fé, possam rezar, os que não têm, que possam torcer para que a gente possa fazer com que, no dia 1º de janeiro de 2011, o Brasil possa ter a primeira mulher negra, de origem pobre, presidente da República Federativa do Brasil.
Obrigada por sua atenção!
Fotografia: A ex-ministra Marina Silva. VAGNER CAMPOS (FOTOS PÚBLICAS) 5/12/2-15