Iniciamos, ontem, a II Conferência Municipal de Cultura, com a presença de cerca de 150 pessoas inscritas e uma apresentação inicial do Coral da FUNALFA regido pela Helen Barra que foi uma grata surpresa para todos. Belissímo!
O Superintendente Toninho Dutra fez a leitura do regulamento e tópicos da conferência para aprovação da plenária.
Depois, ouvimos a palestra de José Oliveira Jr.*
José Júnior citou a importância do elemento humano como o sujeito e o principal operador e beneficiário de qualquer sistema aplicado na sociedade.
E ainda citou a Cultura como o centro das ações e não como um acessório. “ A Cultura é o espaço de afirmação do sujeito e exercício de abertura ao outro.”
A cultura precisa ser pensada também como: modo de ser, de viver, de conceber o mundo, de relacionar-se com o mundo, de relacionar-se com as ideias, com a própria vida.
Ele classificou os investimentos na área cultural como perenes e transitórios. Sendo perenes, as políticas públicas /estado e transitórios os projetos e gestores. Assegurou ainda que o prefeito, governador e etc tem que investir para todos e todos precisam ter acesso.
Em relação à pouca participação da sociedade cívil nos encontros e conferências ele questiona:
Qual a sua relação com o estado?
Qual o papel que o cidadão acredita ter na vida da cidade?
Quanto tempo o cidadão disponibiliza para a discussão coletiva sobre perspectivas para sua própria comunidade e para sua cidade?
Causas da pouca participação da sociedade cívil:
- Falta de costume
- Cultura paternalista
- Falta de opções reais e concretas
- Perspectivas individuais e utilitárias para poder decidir sair de casa
- Preocupação com a democracia representativa e a formalidade
- Fragilidade das informações sobre a realidade municipal
- Inexistência de meios efetivos de divulgação
- Pacto federativo
- Medo de manipulação política por parte das autoridades.
Sugestão:
comissões locais de cultura de caráter livre. Que poderiam manter encontros mais frequentes com o objetivo de decidir metas e prioridades para a comunidade.
Citando a questão de participação da sociedade e a função dos conselhos lembrou que menos de 4% dos municípios do estado tem plano municipal de transporte.
Como pensar em soluções sem metas?
Qual é a minha obrigação para a cidade?
O que vem a ser um sistema?
O Sistema é mais abrangente do que a simples interseção entre operadores e estruturas e operações. Passa a existir quando há interação entre o cidadão e as estruturas criadas para atender a sociedade.
A parceria entre os conselhos, orgãos públicos e a sociedade civil cria uma área comum de atuação.
Salientou que os operadores = gente.
As diretrizes de um sistema devem ser intocadas mas as ações podem e devem ser alteradas de tempos em tempos.
O Jovem tem que estar envolvido no plano pois ele vai avaliar esse plano daqui há 10 anos.”
Diversidade – é composta de coisas cotidianas mais do que no exótico.
Temos o direito de sermos diferentes”
Criação
- Estimular a criação
- Criatividade
- Inovação
A inovação pode se pautar em dois pontos: respeito a memória e criação de novas memórias.
Circulação
Local / regional / mundial
Formação artística cultural
- Formação inicial
- Profissionalização
- Excelência artística
- Gestores
- Residência artística
Comunicação
- Distribuição de conteúdos
- Aproximação da cultura com a educação – Muita coisa começa na escola.
Para pensar:
Que cidade eu quero daqui há dez anos?
Proteção
- Promoção do patrimônio e da memória.
Cadastro único de empreendedores – Uma forma de agilizar e otimizar o acesso a informação entre todas as áreas do município. A cidade de Rio Branco possui um cadastro único de empreendedores e é a primeira a aderir ao Sistema Nacional de Cultura.
Finalizou indicando um site com informações sobre cultura:
Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – site experimental.
* Palestrante: José Oliveira Júnior, escritor, músico, publicitário; supervisor de pesquisa do Observatório da Diversidade Cultural; coordenador de projetos da Gerência de Cultura do Sesc Minas; consultor da Unesco para o MinC em 2012 para a implantação do Sistema Nacional de Cultura em Minas Gerais; diretor de apoio ao trabalhador associado do Sated/Minas; coordenador da pesquisa “Mapeamento de Políticas Públicas para a Diversidade Cultural”; autor, entre outros, do livro “Pensar e Agir com a Cultura: Desafios da Gestão Cultural (Ed. 2011)” e de diversos estudos e artigos sobre cidadania e políticas públicas . Fonte: https://www.pjf.mg.gov.br/conselhos/concult/index.php
Foto em destaque: quadro de Frederico Bracher