Eu me lembrei, nesta semana, de um texto que escrevi anos atrás e que apresentei na III Mostra Professor Também Faz Arte – 2007:
A cada passo
Passos no espaço é o que eu faço e a cada passo só penso em viver.
Passos que se tornam apressados e correndo em outros braços num abraço vão morrer.
Passos que soam como um compasso, devagar, cheio de emoção, acelerando o coração.
Passos que se vão pelos caminhos que vão dar em muitos ninhos de angustia e solidão.
Passos que eu ouço como um eco e que me transforma em um boneco, ando sem pensar.
Passos que erram e acertam, vão pelas estradas incertas procurando não errar.
Passos que nos levam pela vida, a fazer dos sentimentos nova luz para iluminar o seu caminho de provação.
Passos que com o comando do pensamento, vão andando, vão correndo, pelas ruas, pelos campos, sentindo o chão passar.
Passos quão incertos eu não sei, vou andando, vou vivendo, e a cada passo um novo laço que num abraço reduz o meu cansaço.