A Santa Cigana – Sara Kali

Hoje é dia de Santa Sara (24 de maio), a santa dos ciganos. Lembrando de minha mãe que fez uma exposição em homenagem aos ciganos não poderia deixar de fazer uma homenagem também ainda que virtual, mas com todo o respeito que eu tenho ao povo cigano e as pessoas que passam a vida nos acampamentos sob a luz da lua e cobertos pelas estrelas do infinito.

Súplica de uma Cigana Irani Correa Pinto - A Santa Cigana - Sara Kali
Súplica de uma Cigana – Irani Corrêa Pinto – Óleo sem tela

 

Oração da Santa Sara

(por Miriam Stanescon)
Em romanês:
Tu ke san pervo icana romli anelumia.
Tu ke biladiato le gadjie anassogodi guindiças.
Tu ke daradiato le gadjie, tai chudiato anemaria, thie meres bi paiesco tai bocatar.
Janes so si e dar, e bock, tai o duck ano ilô.
Thiená mekes murrê dusmaia thie açal mandar tai thie bilavelma.
Thie avês murri dukata angral o Dhiel.
Thie dhiesma bar, sastimôs, tai thie blagois murrô traio.
Thie diel o Dhiel.”
Em português:
Tu que és a única santa cigana do mundo.
Tu que sofreste todas as formas de humilhações e preconceitos.
Tu que foste amedrontada e atirada ao mar, para que morresses de sede e de fome.
Tu sabes o que é o medo, a fome, a mágoa e a dor no coração.
Não permitas que meus inimigos zombem de mim ou me maltratem.
Que tu sejas minha advogada perante Deus.
Que tu me concedas sorte, saúde e que abençoes a minha vida.”
Fonte: community.livejournal.com/sara_kali
Alma Gêmea - A Santa Cigana - Sara Kali
Almas ciganas – Quadro de Rose Valverde – Óleo sem tela
Tenho uma aluna de desenho muito habilidosa que também se apresenta como dançarina cigana e utiliza as castanholas como os ciganos da região de Andaluzia. É sempre muito bonito ver a sua alegria e sua paixão pelo povo cigano. Apresento para vocês uma poesia que ela fez inspirada nos ciganos:

Sonho Gitano – GINA CIGANA

Passas por mim, livre, indiferente,
Por entre carroções me buscas de soslaio.
Também te busco sem precisar mirar-te,
Com os olhos do coração que atravessam espaços.
Se nossos olhos se encontram quanta chama,
Num redemoinho de amor desencontrado.
O calor do teu olhar queima meu peito,
E deixa teu lindo vulto aqui gravado.

Tua pele bronzeada me confunde,
Teus cabelos longos e negros me abraçam.
Tuas mãos rudes quando me tocam, quanto desejo.
Nestes meus sonhos entrego-te minha alma.

A Caravana vai seguindo seu caminho.

Não importa o rumo que toma na estrada.
O amor que sinto também vai sem destino,
Na volúpia do meu ser apaixonado.

Outra vez sonho, me beija, te abraço.
Enlouquecemos numa noite desvairada…
E assim, vivendo entre sonhos e desejos,
Eu GITANA vou seguindo minha estrada.